quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Trabalhe, sirva e seja feliz.


Direitos são deveres. Não encha o saco.
O que uma pessoa acha que são seus direitos? Felicidade? Liberdade?
E o que é a felicidade? Pra que uma pessoa quer sua tal liberdade?
Uma canseira - como tem me cansado isso, sério! - tem se instalado ao nosso redor. Discursos rasos e baratos de que você tem direito disso ou daquilo... você “nasceu pra ser feliz!”
Pra ajudar, vamos focar no tão aclamado direito de ser feliz:
Pensa rapidinho ai, o que é ser feliz pra você? 1... 2... 3... 4... 5... Pensou? Talvez tenha vindo à sua mente uma vida tranquila, sem boletos (!), aquela enfermidade sua curada, aquele crush correspondendo... Isso é mesmo a felicidade? Tá, ai você ganha na mega-sena ou faz mais pontos na tele-sena do Silvão. Ganha uma bolada. Você encontrou a “felicidade”. E depois? Ou, aquela 10/10 (meninas, leiam aquele) se encanta por ti e vocês se casam e até tem filhos... E você encontrou sua “felicidade”. E depois?
Depois, que se você ficar preso no seu umbigo, nos seus direitos, no seu egoísmo, no seu mundinho... sinto muito te dizer, mas você será uma pessoa infeliz. Talvez você já seja e não tenha dado conta. Porque vvocê até já ganhou na mega, já se casou... enfim, os seus planos já estão acontecendo ou já aconteceram... e esse bueiro no seu peito continua aberto. Por quê?
Porque a felicidade não está no que temos (direitos) mas na responsabilidade que carregamos pra engrenagem da vida funcionar. A isso damos o nome de DEVERES, ou seja, RESPONSABILIDADES.
É inerente ao nosso ser a responsabilidade. Talvez estejamos nos sentindo inúteis, sem vontade de sair da cama... Só porque não movimentamos nossa vida em favor do próximo, não produzimos nada com nossa vida! Uma vida produtiva é uma vida feliz. E não entro no mérito de profissão, talvez você esteja desempregado. Mas como tem sido sua doação de vida? O que você tem feito com esse dom maravilhoso que é acordar todos os dias e ter um dia pela frente?
Talvez você já tenha reparado na satisfação de um pai que chega cansado em casa depois de um dia estressante de trabalho. Não que ele chegue com um sorriso largo todos os dias, não que seja um prazer pra ele aguentar aqueles problemas todos, mas mesmo que ele esteja querendo matar um... não passa pela mente dele simplesmente largar o serviço e ficar em casa assistindo TV. Ele sofre todos os dias, e por quê? Por que vale a pena? Por que ele tem direito de se cansar? Vale a pena porque ele tem responsabilidade. De colocar comida na sua mesa, de aquecer sua família, de dar um sustento aos seus... Responsabilidades. Isso foi só um exemplo, mas consegue perceber que desde que o mundo é mundo, quando o homem produz, o homem é feliz? O Ser humano se realiza cumprindo suas responsabilidades.
Como é triste uma vida sem produzir! O que você deixa de legado pra esse mundo? Quem é você depois que você se for? Uma vida sem frutos é uma vida infeliz. É como uma vela que nunca foi acesa. Imagine como uma vela com um pavio novo é infeliz. Ela não cumpriu seu propósito. Que é iluminar. Se gastar trazendo a luz. Assim somos nós, eu e você. Que vida medíocre a minha achando que meu direito é ter, é ser, é ganhar...
Nossa geração sofre por isso. Não quero ser arrogante de desdizer qualquer diagnóstico clínico, nem reduzir tudo em algumas palavras. me entenda – Mas essa falta de sentido, pessoas tristes querendo acabar com a própria vida... Essa crise existencial provém do que a “modernidade” instalou em nós. Essa praga de pensamento que: Tá ruim? Troca. Não deu certo? separa. Tá difícil? larga... Ocasionando uma geração fraca, sem resistência. Cheia de mimimi e vontades. Onde o “eu” é o centro do universo. Quanta superficialidade, meu Deus!
Observe a vida de pessoas que fizeram a diferença no mundo. Madre Tereza de Calcutá, Dom Bosco, Felipe Neri, João Paulo II... Poderia fazer uma lista infindável de pessoas felizes. Felizes porque se doaram até o fim pelos direitos dos outros. Mas talvez esses exemplos sejam distantes, você não os conheça... Vamos mais perto. Seus avós, seus pais, tios... Com certeza, a história deles tem algum sofrimento, alguma renúncia de si. Mas que, na narrativa deles, nem faz diferença, porque eles estavam servindo, produzindo direitos, talvez um desses direitos tenha sido o seu de nascer.
E como encerrar esse texto, sem citar o maior exemplo de todos? Jesus. O Verbo encarnado, o Deus que se fez homem. Se dignou a essa condição mínima que é a humanidade para nos ensinar o caminho da felicidade. A todo momento Jesus está servindo, ensinando quem está ao seu redor. O verbo de Deus não poderia ser diferente. Todo verbo indica uma ação. E Jesus assim o foi. Até o fim Ele nos ensinou. Curou leprosos, ensinou o amor, deu pão a quem tinha fome e mais tarde, se faz o Pão da Vida Eterna. Suportando dores que eu, com certeza, não aguentaria 1%. Por mim e por você O Amor se derramou de uma cruz. O Amor se dá até hoje para que não pereçamos. Ele tinha o direito de não sofrer, afinal o Filho de Deus que castigo mereceria? Porém, não olhando pra si mas para mim e para você, Jesus tinha uma responsabilidade. O DEVER de pagar nossa dívida incalculável.
Então se você chegou até aqui e ainda procura sentido na sua vida, repense se está preocupado mais com seus direitos do que com seus deveres. Feliz é quem serve e ama seu semelhante. Somente!



domingo, 10 de março de 2019

Quaresma em 3 passos!

O Espírito Santo guia verdadeiramente a Igreja de Cristo. No evangelho desse primeiro domingo da quaresma, Jesus está no deserto e é tentado. Ali, Ele nos mostra os remédios e como administra-los na vida cheia de tentações de todo cristão. Veja que fantástico! Um manual completo para bem vivermos a quaresma. 
(Um adendo: quaresma é o tempo de resolvermos nossas desordens interiores, ou ao menos lutar contra elas. Um tempo de penitência, de oração e caridade. Mas porque essas três palavrinhas? Vamos continuar...)

Vejamos:
1a tentação: "transforme essa pedra em pão." De cara a raiz de todo mal. Mal esse que tenta a nossa carne e dele vem a preguiça, a gula e a luxúria, isto é os apetites sexuais da nossa carne. Uma desordem de amor próprio. Quando no lugar de Deus colocamos nós mesmos, nossos desejos, nossos apetites.
O remédio contra esse mal é a castidade. Ser casto é privar de si em amor ao próximo. "Nem só de pão vive o homem, mas de toda Palavra de Deus."
Como viver? Com a penitência. Deixando de saciar nossas vontades. Deixar aquele cafézinho diário, o chocolate, o banho quente, o travesseiro... Viver o incômodo mesmo. De que está faltando algo. Sabendo que nosso corpo não é nosso Deus. Nossas vontades não devem mandar em nós. O conforto muitas vezes vira nosso ídolo.

2a tentação: "te darei poder sobre todos, se você me adorar." O poder... Ah, o poder. Moeda que tem custado um preço que disfarçadamente foi-lhe atribuído e hoje vale vidas. A ganância do ter, do possuir. Do "ostentar"... A necessidade de nos preencher com coisas nos esvaziam de sentimento, de sentido, de amor. Essa desordem está ligada à tudo aquilo que, sem necessidade ou por ganância queremos obter. Dela nascem a inveja e a cobiça.
O remédio é a pobreza. O desapego material. Tornamos ídolos, verdadeiros deuses coisas como o smartphone do ano, a roupa da marca, o carro novo, status... Mas nao precisa envolver altos valores, do Fusca à Ferrari. Que valor vc da aos bens que vc tem? "Adorarás somente ao Senhor teu Deus."
Como viver? Com desapego e com a caridade. Partilhando tudo que vc tem. Não o que te sobra. Mas o que vc tem! Mas começando pelo excedente é um bom começo. Aquela comida que "sobrou" do seu jejum bem feito vira refeição pra quem não tem. E você precisa mesmo trocar de celular cada vez que sobe um número no modelo? Quantos pés vc tem pra precisar de tantos calçados? (Essa é da minha vó!) Tente viver com menos, pense duas vezes se é mesmo necessário TER. Um bom termômetro é o grau de felicidade que vc fica quando acha que precisa ter algo. Se aquilo te dá uma sensação de plenitude, cuidado. A alegria da conquista é natural, mas ser saciado pela aquisição pode ser uma desordem interior que vc tem vivido. 

3a tentação: "se é mesmo o filho de Deus, se joga do alto e os anjos virão ao teu socorro." Aqui o orgulho, a soberba ganham forma. Jesus nos ensina nessa terceira tentação o que a falta de amor e temor a Deus pode nos causar. O mal está ao nosso redor como um leão procura a quem devorar. E de gota a gota ele vai nos convencendo de que somos deuses de nós mesmos. Meu corpo, minhas regras. Eu sou dono de mim. E assim vivemos. Assim até rezamos. Achamos que Deus é um atendente de drive-thru que pedimos (com a reza), pagamos (com a promessa) e obtemos o que queremos. Simples, né!? Errado, cara pálida. 
O remédio é a obediência. Quem melhor que Deus, nosso criador, que nos ama mais que qualquer coisa, a ponto de morrer numa cruz por mim e por você, pra saber o que é o melhor? "Não tentarás o Senhor Teu Deus". Achamos que sabemos o que queremos, como uma criança que se deixar almoça e janta chocolate e bala fini.
Como viver? Com a oração. Já dizia a canção quase encontrada entalhada nas cavernas: "O telefone de Deus é a oração. O telefone de Deus é joelho no chão"... Somente o coração em diálogo constante com Deus vive e toca no que Deus tem pra Ele. "o coração do homem sonha, mas é Deus quem dirige seus passos." É normal sonhar, é bom sonhar. É bom querer o chocolate, mas Deus sabe a hora e a dosagem. Se entregue nos braços do Pai. Deixe ser conduzido por aquele que te ama!

Até Jesus foi tentado, imagina o que você e eu não passamos diariamente? Então se cair, não se preocupe. Se levante. E vamos mais uma vez... no fim dessa quaresma, nosso homem velho morrerá com ele na sexta da paixão e ressuscitaremos com Ele na Páscoa!

É isso. Poderíamos discorrer dentro desse evangelho por muitas linhas mais, mas no momento, no celular, no ônibus a caminho de casa foi o que deu. Esse evangelho mexe muito comigo e mexeu muito, mas muito mesmo hoje. Engraçado que outra verdade é que a Palavra de Deus se renova todos os dias... vai vendo. 
Uma santa quaresma pra nós!


quinta-feira, 28 de junho de 2018

Luz e sombra

Amo o sol. Sempre que penso nessa paixão ardente - literalmente - Deus fala comigo. Ele é o Meu Sol. O calor que me aquece na frieza da alma, que ilumina toda a minha vida. Uma luz que transpassa qualquer barreira, forte erguido.
Ele que, mesmo nos meus dias nublados, clarea meu caminho. E eu percebo que não sou nada se não perceber essa luz que Ele é diariamente pra mim. Ele é a luz verdadeira.
Só diante da Luz verdadeira enxergamos nitidamente nossas sombras. Claro, sem artifícios que nos escondam da claridade, que molda uma sombra falsa de quem somos.
Correr da Luz é correr de si. Quem se esconde na sombra, perde a maravilhosa chance de se conhecer. Assim, fica incapaz de caminhar. De verdadeiramente buscar essa verdade latente que é você.
Dói olhar pra tanta claridade. Acredito doer mais olhar para o que ela ilumina, porque dá a silhueta de nossa sombra. Uma silhueta nítida de nossa história, das deformidades que ela carrega.
Mas como é bom, olhar pra baixo, pra minha sombra e entender cada canto dela. Assim eu vou me conhecendo. E me conhecendo, me reconcilio com cada momento que a fez ser como ela é. Não mudo a forma, mas dou sentido.

E assim como o Sol, Deus, nosso Sol, nos ilumina sem um desejo próprio nosso. Pra ele não há condição que O impeça de nos iluminar a todo momento. Pois como diz o salmista "Para onde irei, longe de vosso Espírito? Para onde fugir, apartado de vosso olhar? (138, 7)"

Que eu e você possamos nos permitir enxergar e entender a beleza de ser quem eu e você somos. Somente com a Verdadeira Luz, Deus nosso Pai, que habita nosso ser.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Assunto de santo

         Quando me percebo ruim, fraco, miserável não é por estar longe de Deus, mas justamente o oposto. O desejo de santidade não está na ausência de Deus, mas na Sua constante presença. Deus me faz querer ser santo. 
         A ausência de Deus nos deixa cômodos, confortáveis e rendidos à condição que estamos. Para aquele que busca a santidade, a conformação não se faz presente em seu vocabulário. Sempre falta alguma coisa, um sentimento que ainda falta. Está em constante inquietação. Deseja ser melhor. Melhor para Aquele que o acompanha e não merece menos que o nosso melhor.  
         O pecado nos afasta de Deus, mas não significa que Deus nos vira as costas. Pelo contrário. Enquanto houver o arrependimento e o desejo de ser melhor, é Ele que está nos motivando. Ou você acha que é bom o suficiente para sozinho se reconhecer pecador e necessitado da ajuda de Deus?
         E ser melhor não se trata de uma competitividade. Mas ser melhor, porque não fomos criados para menos do que isso. No relato da criação em Gênesis, a cada dia que Deus cria algo ele vê como é aquilo bom. Por fim, ao criar o homem à sua imagem e semelhança ele declara ser MUITO BOM! Deus cria o mundo e tudo que nele habita para, por último, chegar onde realmente queria. Você, eu. Por exemplo, a preparação de um bolo. Escolhemos uma farinha boa, leite bom, chocolate bom... E quando o bolo está pronto ele está muito bom! Perceba, a didática de Deus é a mesma. Ele nos fez para sermos o melhor! 
         Somos sua imagem e semelhança. Obra na qual foi depositado todo seu amor! E um amor que se consumou em um madeiro sangrando até a morte para nos livrar do que antes nos impedia de sonharmos com santidade, o nosso pecado. Por Ele fomos renovados, e assim a cada dia uma chance de sermos O MELHOR!
         Não sei se consegui, em palavras, dar forma ao que eu peço a Ele todos os dias... ser santo como Ele quer!


terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

O silêncio que diz tudo


Dentro de todos nós há um lugar que tem uma cadeira e um horizonte. Se é dia ou noite não importa. O que tem além de um assento é detalhe. Pode ser um campo, um lago, uma montanha... De preferência é natureza. A criação ajuda a contemplar o Criador. E o que há em todas cenas em comum não é só uma paisagem bonita. É o silêncio. O silêncio da alma. A voz de Deus.
À medida que o tempo passa as engrenagens da vida vão ficando mais barulhentas. O trabalho enfadonho gera um som pesado e intermitente. A alma geme o cansaço dos desafios. A ressaca de uma luta diária resseca cada articulação interior fazendo-as ranger como dobradiças de uma porta velha. As preocupações acumulam-se entre as roldanas e mais um zunido se junta à orquestra desarranjada dentro de nós. A alma sente estar as 18h em uma avenida engarrafada com todos os carros buzinando ao mesmo tempo.
A audição interior, agora não ouve mais nada além de tanto barulho desconexo somado a uma voz que grita problemas, medos, angústias, ansiedades, reclamações e tanto mais. Tanta queixa é justificada com uma frase curiosa: "Porque Deus não me ouve? Eu rezo e Ele não me responde!"
Ora, Ele responde sim. Responde a todo momento. Ele quer falar conosco o tempo todo. A voz de Deus é serena. Tamanha doçura e suavidade que fazem a alma estremecer quando O ouve. Ele gosta de conversar. Ele quer sentar à beira de um lago com você e falar, contar os sonhos e grandes planos que tem pra você. Ele quer dar uma puxadinha na orelha quando necessário, mas também quer festejar quando estamos no caminho Dele!
Lubrifique as articulações da alma. Silencie todo o seu barulho interior. Se recolha. Encontre dentro de você o seu lugar, a sua cadeirinha, o seu horizonte. Repouse a alma e ouça. Ouça o silêncio. Ouça no silêncio. Não precisa falar nada. No silêncio da alma, é Deus que te fala. Sente-se, contemple a paisagem e ouça o que Deus tem pra te dizer hoje. 
Esse cantinho é só seu e de Deus. Ele sempre estará ai dentro. Visite-o com frequência.
No silêncio do seu lugar ouça o que Deus tem pra te falar.




quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Há mar em amar

   Achei justo uma breve introdução para tranquilizar a leitura, uma vez que o tema é "clichê" e o começo pode até soar piegas, mas dê uma chance. Está longe de uma história do casal protagonista do filme em cartaz, ou de uma propaganda de margarina... É um olhar mais sensato, analítico. Não diria que é mais com o cérebro que com o coração, afinal... vamos falar de amor.
     Mas o que é o amor? Um pensamento meu  sempre começa com um questionamento. E hoje é este. Se parássemos pra pensar em um substantivo que perdeu completamente o significado seria o AMOR. 
     O google me decepcionou profundamente ao me responder essa pergunta e confirmou preocupantemente minha interrogação:

fonte: www.google.com.br












     Eu poderia me esforçar muito que eu não conseguiria defini-lo tão raso quanto nosso buscador de cada dia. Aqueles celulares de criança, à pilha, que soltam um sonoro "I love you" seguido de dois latidos são mais profundos que essa resposta.
     Mas mesmo sem a devida importância, sem a dimensão de tal, a essência permanece lá. Permanece aqui. Em nós. Velado por uma camuflagem, um muro, algo que talvez seja difícil de encontrar, não por estar escondido, mas por não ser percebido.
     Cada um de nós é uma potência de amor. Afinal, fomos criados do Amor e para o amor! Dentro de nós há um amor tão grande, tão infinito só esperando uma terra boa para germinar e dar os frutos. Precisamos aprender a arar os solos da nossa alma para que o amor possa germinar. É uma semente poderosa, mas delicada. Porém diante desse conceito do google - reflexo da nossa sociedade - percebo que essa mesma terra se transformou em uma espécie de aterro sanitário onde todas as porcarias e depravações são depositadas impedindo o amor verdadeiro acontecer. O uso e desuso de nós e dos outros cria uma cultura de descarte do ser humano e o destino é aumentar a pilha de lixo. O amor acaba sendo soterrado antes de receber qualquer cuidado.
     E a consequência é um mundo de busca por prazeres insaciáveis, paixões avassaladoras que são confundidas com amor. Amor é muito mais que um sentimento fugaz. Amor é decisão. Amor é permanência. Amor é grande. É infinito. É como um mar...
     Há mar em amar pra gente saber que não é pouca coisa esse sentimento.
     Há mar em amar porque não é menos que um oceano... Não cabe em uma poça rasa de sentimentos. Não cabe em uma enxurrada que passa e revira tudo, mas com a mesma velocidade que vem já foi. É um mar porque tem ondas fortes, mas tem o tempo da calmaria.
     Posso dizer que o mar não tem fim assim como o amor não tem. Não pode ter. O planeta é composto por 3/4 dele. Imagina se acaba!? Imagina se o amor em mim, em você acabar!? A gente fica feio, seco e sem vida.
     Não queira algo menos que isso pra sua vida. Não se contente com o conceito do google. Esvazie a sua alma, se prepare para começar a cultivar. Se encha do amor que Deus nos dá a cada dia para que você transborde de amar em todos que o cercam.
     Se imagine diante do mar mais lindo que você já esteve. Ele está todo ai, dentro de você. Esse mar de amor...  que começa como uma sementinha, que regada e cuidada vira uma força que transforma o mundo. Ame mais!

"O amor é a única força capaz de transformar o mundo." 
Bento XVI

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Eu sou uma manjedoura.


Amo o Natal. As pessoas ficam mais alegres, pacientes e amorosas umas com as outras... Elas são tomadas por um sentimento que elas nem tem ideia da fonte. Uma esperança, um desejo forte de acertar dali pra frente. Que gostoso é o natal!
Mas qual é o sentido do Natal? Presentes, lojas cheias, ceias fartas, o peru assado? Já é Natal na Leader já é hora...O valor do Natal é grande e rico. É mais que sentimentos, sorrisos... É a atualização do nascimento de um menino que veio ao mundo com uma grande missão. Nos salvar e deixar um legado para que seguíssemos e chegássemos um dia ao céu!
O advento, tempo da preparação para o natal em nossa Igreja, já nos convida a uma reflexão de tudo que foi movimentado, das vidas que foram "reviradas" para Ele nascer. Desde o SIM de sua mãe, Maria, o Deus menino já começou a escrever uma história que faz a gente refletir e faz revirar também a nossa vida à partir do nosso SIM a ele.
Eu quero que você viaje na história assim como eu antes de escrever esse texto. Maria estava de barrigão, quase pronta a dar a luz e com José, seu fiel esposo, saem a procura de uma hospedaria, para que pudessem ter o menino com segurança e conforto. Mas sem um aparente sucesso, Não tinha lugar. Estava cheia. Maria sente que está quase na hora de dar a luz, José olha meio ao longe uma estrebaria e lá, no meio dos animais, limpou um cantinho, arrumou para que Maria tivesse algum conforto e o menino nasce ali. 
"E deu à luz seu filho primogênito, e, envolvendo-o em faixas, reclinou-o num presépio; porque não havia lugar para eles na hospedaria." Lucas 2, 7
 Será que não tinha lugar mesmo pra eles na hospedaria? Afinal é o Filho de Deus. Do mesmo Deus que providencia tudo pra mim e pra você quando a gente olha a situação e diz "Meu Deus, só o Senhor pra me ajudar a resolver!" E ele, com seu amor providencia. Por que não providenciar uma hospedaria, uma casa acolhedora? Tenho pra mim que Ele escolheu onde nascer. Não ter lugar fazia parte já da sua história de salvação. Ele escolheu o pior lugar, um lugar que certamente fedia a esterco, sujo... mas Ele escolheu e escolhe todos os dias. Mas em nossos corações. Nossos corações que são tão sujos ou pior que o primeiro. Cheio de misérias, sujeira do pecado... Ele não olha isso. Nunca olhou. Ele quer nascer em nós para nos trazer todo amor e esperança que vieram com sua encarnação. Ele bate à porta da nossa alma delicadamente esperando um lugar pra ficar.
Que o natal nos sirva para ajeitarmos nosso coração, nossa manjedoura para que Ele venha nascer.
De que adianta ser hospedaria, se ela está tão cheia a ponto de não receber Aquele que vem trazer a salvação? Que possamos nos reconhecer estábulos sujos, mas de portas abertas para receber aquele que vem trazer a luz! Não deixe que nada impeça essa maravilha de acontecer em sua vida! Não deixe que suas preocupações ou medos ocupe o lugar Dele na sua manjedoura.

Senhor, meu coração é sujo, minha alma fede ao pecado, mas venha nascer em meu coração. Venha trazer amor, paz, esperança e a alegria da sua vinda. Que meu lar seja seu lar, meu coração seja sua manjedoura.
 Amém.

Feliz Natal a todos!!

sábado, 7 de novembro de 2015

Edifica-te na Rocha

[Você pode ler este texto ouvindo essa canção.]

"Aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em prática é semelhante a um homem prudente, que edificou sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e investiram contra aquela casa; ela, porém, não caiu, porque estava edificada na rocha."  Mt 7, 24-25
                Eis que fui levado a uma terra deserta, talvez uma ilha ou uma orla. Eu estava com os pés na areia da praia. Via o mar, sentia o vento... E me mostraram uma casa à beira-mar. Talvez fosse meu anjo da guarda que estava comigo ali. Construí-la ali foi muito fácil. Não houve esforço porque a areia é fofa e viver diante das belezas litorâneas não há do que reclamar. Mas a casa estava construída na areia. Não duraria a primeira maré alta com suas ondas violentas de um dia de tempestade. Em seguida me mostraram terra a dentro. Observei o que tinha após a faixa extensa de areia e vi uma montanha rochosa. Lá no topo era o destino que me chamaram a subir. Seria um bom lugar para construir - me disseram - Mas a subida não seria tão simples. Primeiro eu teria que renunciar a vida fácil e tranquila que tinha na praia. Nada fácil, mas abandonando-a sem olhar pra trás seguimos caminho.
                 O trecho era mais longo do que eu imaginava. O chão era muito irregular. E à medida que saíamos da terra e pisávamos já em solo rochoso piorava. Às vezes era escorregadio, o calor incomodava e o cansaço da caminhada somado à ansiedade da espera desse “algo verdadeiro” já me desanimava. No começo a esperança de algo melhor me movia, mas agora o que me fazia trocar passos era mais a obediência.
                Tendo alcançado certa altura eu disse: “Acho que chegamos. Aqui é bom. Alto o suficiente para que a maré não me alcance.” Erguendo minhas paredes eu sentia o vento suave e fresco que corria e aquilo me deixou inquieto e com sede de mais. Larguei aquele início de obra e continuei a subir a montanha. Motivado. A essa altura a praia não fazia mais falta. E subia mais. Porém, novamente o cansaço, os incômodos do caminho me fizeram parar e achar que aquela altura estava boa – Subi mais que da outra vez. Está ótimo por aqui! – eu pensei...
                 Daquela altura eu já enxergava a praia. E eu fui construindo lá em cima e sempre olhando a orla, ouvindo o barulho calmo do mar. Quando esquentava e eu não sentia aquele vento fresco que me motivou a subir mais eu me pegava admirando a praia e me questionando porque eu saí de lá e abri mão do litoral. Como não viver diante de toda beleza diante do mar? A areia é fina e tão branca... O mar, ah o mar! Eu poderia argumentar detalhadamente os benefícios de viver tranquilamente ao sabor das ondas... Lá de cima vi a casa da areia desabando e sendo levada pela maré alta. Um alívio me tomou, pois não aconteceria na casa nova, já que construí minha casa na rocha. Engano meu, pois com o foco na praia eu não cuidei de fazer as fundações da casa. Mesmo na rocha ela seria levada pela tempestade.
                E agora? O desespero bateu. O que faço? Estou perdido. Estou na rocha, no meio da subida talvez... era pra eu estar me sentindo firme e seguro aqui, mas pelo contrário, me sinto mais vulnerável do que nunca. O barulho do mar havia tomado meus ouvidos e o desejo de voltar me cegou. Mas eu grito e clamo a misericórdia do meu Senhor e Ele me ouve com seu infinito Amor. E eu paro para ouvi-lo. Manda que me mostrem como deve ser construída minha casa. Como eu devo construir a minha casa na rocha. Eu devo construir. Ninguém mais. Ele me dá toda força e material necessário, mas precisa ser erguida por minhas mãos. E Não basta que seja na rocha. Precisa estar fundamentada Nela. Preciso cavar as fundações e isso cansa. Afinal estou me aprofundando em algo que é sólido. E a cada buraco feito uma parte de mim fica ali dentro. Precisa ficar. Ele usa das minhas misérias, da minha dureza de coração para fazer uma liga forte. Quanto maior a minha entrega mais forte fica a fundação.
                Depois de muito suar nas fundações vem a base que precisa ser bem feita para que não se erga uma casa torta... Seus ensinamentos vão dando nível e direção para que nenhuma parede se erga de maneira errada. Nesse ponto a praia não faz mais parte do meu pensamento. A cabeça está a mil com o projeto da edificação da casa! Cada detalhe faz a diferença e preciso dedicar tudo para vê-la crescer.

                O topo ainda está longe, e uma visão incrível me espera lá em cima. Mas que eu vá construindo, crescendo, descansando e subindo mais um pouco. Construo novamente e assim que eu vá subindo... Mas sempre com o pensamento de que pra "crescer pra cima" eu preciso me aprofundar na ROCHA crescendo pra DENTRO!


"O Senhor é o meu rochedo, minha fortaleza e meu libertador. Meu Deus é a minha rocha, onde encontro o meu refúgio, meu escudo, força de minha salvação e minha cidadela." Sl 17, 2

sexta-feira, 17 de julho de 2015

O Espírito Santo me mostrou várias razões para te esperar

     Afinal, qual é o ponto de partida para começar um relacionamento?
Até um tempo atrás eu achava que a regra básica era a atração. Mas sob outra ótica, percebi que a atração nem sempre é o fator primordial para iniciar um relacionamento, afinal beleza não é eterna e atração física não é garantia de felizes para sempre. Descobri que o primordial para o início de uma relação é se a outra pessoa te inspira à SANTIDADE.
   Se sua lista de exigências for muito alta e você dispensar pessoas só porque elas não atingem seu padrão de beleza, certamente você deixará passar pessoas bonitas por não vê-las como realmente são.
    Vamos colocar dois óculos na história. Duas lentes.
   A lente do mundo, dos prazeres, dos "instintos". Uma busca insaciável pelo prazer. A atração é a fome que motiva sair à caça, como animais seguindo o instinto. Procura-se algo de momento, intenso... Mas vazio. Depois vem a tristeza do vazio de um espaço que não foi preenchido. O belo é olhado com desejo de possuir, de usar.
   As lentes do Espírito Santo, isto é, o amor incondicional é o oposto disso tudo. Só um olhar sob essa ótica é capaz de revelar a beleza do outro. Se nos abrimos a usar essas lentes, de olhar para as pessoas como Deus as olha, o que antes era muito alto, muito magro, do cabelo ruim, de repente pode ser lindo! E se a pessoa te faz ser melhor, se sentir melhor, você muda a forma como olha para ela.
   "Eu sou do meu Amado e meu Amado é meu."(Ct 6, 3) É essencial estar focado nesse Amor. Jesus! E insisto nesse ponto, pois de fato o amor dele Ele, o Espírito Santo é o ponto de partida! Se não estivermos focados em buscar e nos preencher diariamente desse amor seremos atraídos por prazeres e belezas que nunca irão nos satisfazer como o Espírito Santo.
  Precisamos encontrar plenitude no Amor de Deus, para só então buscar o amor em um relacionamento. E não devemos procurar pessoas vazias desse Amor. Somente com o Espirito Santo ela, ou ele, terá amor para dar. Pois já está preenchida primeiro com o amor verdadeiro.
     Então, reflita. Seguir qual atração para pensar em um relacionamento: Atração como caminho para o prazer ou atração como caminho para a virtude?
   Queira agir com o impulso de uma atração que busca a virtude, em vez de prazer. O prazer é consequência e não objetivo.
"De fato, se viverdes segundo a carne, haveis de morrer; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras da carne, vivereis, pois todos os que são conduzidos pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. Porquanto não recebestes um espírito de escravidão para viverdes ainda no temor, mas recebestes o espírito de adoção pelo qual clamamos: Aba! Pai! O Espírito mesmo dá testemunho ao nosso espírito de que somos filhos de Deus. E, se filhos, também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo, contanto que soframos com ele, para que também com ele sejamos glorificados." Rm 8, 13-17