"Um circo passava uma temporada na cidade. Certa vez, uma senhora notou algo intrigante com o elefante. Ele estava preso apenas por uma corrente muito fina em uma estaca mais fina ainda, fixada não muito fundo ao chão.

Sorridente, o chefe do circo explicou que desde que ele nasceu, ele era preso assim. E quando filhote, a corrente o segurava. Ele tentava de todas as formas, mas a prisão era mais forte que ele. Ele cresceu conformado que não tinha forças pra sair dali. E assim, aquele elefante gigante vivia seus dias."
Preso por algo incomparável à sua força somente por um simples motivo, uma atitude do seu dono que na ocasião o derrotou.
Cada um tem sua corrente em particular - acredito até que o plural seja mais conveniente - e vive preso a uma estaca.
Corrente que se formou tão rápido. Por uma palavra, um momento, uma situação presenciada. Um ato. Há aquelas que vão se formando elo por elo. Uma convivência destrutiva, um estilo de vida adotado. Atos. E ainda se vive feliz. Sorridente. A corrente é tão adaptável ao tornozelo que nem é sentida na pele.
Não faltou tentativas de se libertar quando a corrente era nova e seus grilhões eram frios e machucavam a pele. Porém, naquele tempo era impossível se livrar dela. Não tinha forças. Até que foi se acostumando com o espaço limitado e com a ideia - imposta - de que nunca se livraria delas.
Hoje, a corrente é pequena e frágil. Nos libertariamos dela facilmente se a ideia não tivesse enraizado no inconsciente. Um sentimento de derrota porque um dia disseram que você não era capaz. Medo de dizer não por alguma rejeição. Medo do novo só porque um dia você tentou e não deu certo. Essas são algumas correntes.
Na ocasião em que aconteceu, a força era mínima pra fugir dela. Hoje, com certeza, a força é maior.
Olhemos para nossos tornozelos. Identifiquemos nossas correntes. Muitas vezes sabemos que ela está ali, mas não queremos tira-la. A lembrança de que ela um dia foi mais forte impera no subconsciente. Não podemos ficar presos pra sempre. Mesmo sabendo que depois de se libertar da corrente virão novas e a dor será a mesma ou até pior. E, se acaso, conseguir se libertar de todas. De todas mesmo, me ensine.
Texto profundo, mas que realmente me faz me sentir fraco diante de algumas correntes em minha vida, nós temos é que romper essa corrente se quisermos chegar a algum lugar.
ResponderExcluirÓtimo texto :D